quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cuempras

Ontem fui às cuempras e senti muita falta das amigas snif...

Aqui, em Santiago, também tem uma Zé Paulino: chama-se Patronato. Assim como no caso da Zé Paulino, embora exista uma Rua Patronato, o complexo de lazer consumístico se espalha por alguns quarteirões cheios de camelôs e de mulheres fazendo pesquisa de preços, arrastando crianças e comprando. Também como no caso da Zepa o local tem lojas boas e lojas bem bagaceiras. A diferença é que as lojas tranqueiras não querem parecer chicosas, são trash total, ainda que tenham coisas que prestem.

Numa das tiendas em que eu entrei a vendedora, de microfone na mão, ficava em cima de um banquinho, dançando reggaeton e gritando uma coisa do tipo: quem escolher uma jaqueta jeans durante essa música leva a peça por 1.000 pesos.

Patronato não tem só roupas. É uma mistura de Zé Paulino com 25 de Marco. Tem lojas de bijuteria, lojas de badulaques para o cabelo (tipo 50 elásticos por um real), além de roupas e coisas para o lar. Ah, e quem vc acha que toma conta do caixa? Os coreanos, claro. Como eles não falam nada de espanhol, uma vez feita a compra, a menina do balcão escreve o preço num papelzinho amarelo (meio padronizado) e o cliente vai lá ao caixa e paga.

Uma diferença gritante é que, aqui, você não corre o risco de morte ao atravessar a rua (aliás, os pedestres têm uma vida bem tranqüila em Santiago). Além disso, o acesso por metrô é realmente bom e fácil.

Uma coisa boa é que todas as lojas vendem para pessoas físicas comuns (embora comerciantes tenham preços especiais), mas poucas aceitam cartão.

Feita essa introdução, vamos ao que interessa. Nunca vi tantas malhas e roupas de frio tão boas e tão baratas. Para auxiliar na conversão adotei um sistema de que 10.000 pesos são, aproximadamente, 40 reais. Pois bem, nenhuma das compras abaixo custou mais que 10.000 pesos (na verdade, foi bem menos que isso).


Pois é. Nenhuma das malhas (que têm todas capuzinho) nem a saia (que veio com cinto e tudo e eu nem pedi) custaram mais que 40,00 reais.

Perdi o recibinho, mas assim que aparecer na fatura do cartão eu coloco aqui o total.

Amanhã vou para Páscoa e não levo o note. Como ficarei lá uma semana, novidades só na Páscoa.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Arte Precolombino

Ontem fui ao museu chileno de arte precolombino. Recomendo.

Como todo bom brasileiro tenho uma total (ou quase total) ignorância sobre os povos que habitavam a América espanhola. Sei que há muito mais do que Incas, Astecas e Maias mas fiquei boba ao descobrir que, no sul do Peru, uns caras chamados Changos faziam botes infláveis e pescavam tubarões, baleias e outros peixinhos. Os botes, diga-se, eram feitos de pele de leão marinho ou coisa que o valha.

O museu possui cerâmicas e objetos de pedra e madeira de vários povos e está organizado de modo que vc começa a visita pelo norte do México, desce pela América Central, Andes do Norte e do Sul além de Ilha de Marajó e Caribe. Achei o acervo muito legal.

Nunca fui para o Peru ou para o México então não sei como seriam os museus por lá, mas me chamou a atenção a pouca quantidade de peças em ouro e prata. Imagino que os espanhois devam ter derretido tudo. Uma grande pena, claro.

As tapeçarias são muito bonitas também. Tem uns quadrinhos que explicam sobre os diferentes pontos e formas de tecer e fazer figuras além, claro, de mostras de tecidos de diferentes padronagens.

Uma das coisas que mais me impressionou foram umas figuras de madeira de uns 2,5 metros chamadas Chemamull (os carinhas aí ao lado) que são talhados pelos Mapuches.

Pelo que entendi são representações das pessoas que morreram e que são colocados sobre as tumbas.

Para quem tiver curiosidade, o museu tem um site bem organizadinho http://www.precolombino.cl/es/index.php

Voltando as trivialidades, após alguns dias aqui acho que deveria ter chamado o blog de Palta e Cia. Palta, para quem não sabe, é o abacate ou, mais precisamente, o avocado.

Tudo aqui leva palta. Quer sushi com abacate? Tem. Sanduíche de frango com abacate? Também tem. Salada de atum com abacate? Que pergunta.... Mc abacate. Também tem

terça-feira, 31 de março de 2009

Cidade das Varandas

Pois é, até o momento não tenho muito assunto mesmo (pelo menos que seja publicável).

De qualquer forma, não estou com nenhuma pressa de sair correndo para conhecer a cidade (que, aliás, é toda bonitinha). Até agora, tenho mantido uma rotina pacata e só reparei em bobagem tipo o método estranho que as pessoas usam para carregar os potinhos de Danone no carinho de supermercado (ainda tiro uma foto).

Outro exemplo. Nos lugares onde andei até agora não vi nenhum - NENHUM - prédio sem varanda. O povo para gostar de terraço! Fiz até um filminho (de qualidade duvidosa) dando uma geral da rua para depois poder tirar a prova dos nove e, até o momento, a tese se comprova. Pode ser que em outras regiões seja diferente, mas nos bairros por onde circulei todos os apartamentos tem, ao menos, uma varandinha.


Também temos visões notúrnicas do terraço do ap. do Carlos, onde ficamos tomando cervejinha antes de nos recolher :o).

No dia do jogo, as varandas estavam cheias de gente bebendo, comendo e comemorando.

Aliás, aqui teve uma comemoração dupla já que o Peru acaba de levar para arbitragem uma disputa territorial/marítima com o Chile (ou coisa assim). Como os esportes sempre têm essa característica de sublimar conflitos armados, dá para imaginar como as pessoas por aqui ficaram contentes!

Outra bobagem digna de atenção são os uniformes escolares. Eu fico sempre na dúvida se estou num filme pornô japonês ou num colégio inglês dos anos vinte. Tem de tudo: saias de pregas, meias ¾ e gravatinhas normalmente nas combinações branco e preto ou azul marinho e branco (clássico). Todo mundo usa, todos os colégios, sem exceção! Na verdade, essa é uma forma de controlar a freqüência nas escolas já que crianças e adolescentes de uniforme são proibidos de freqüentar lugares públicos como cinema e outros.

No mais, vim para cá esperando encontrar o frio, mas até agora nada. Durante o dia é um sol de rachar que sempre bate na altura dos olhos e esquenta para caramba. À noite até dá uma refrescada, mas bem de leve e que não assusta nem baiano. O pior é que trouxe um monte de roupas de frio e poucas (muito poucas) roupas de calor. Das que eu trouxe duas, que foram pra a máquina de secar, encolheram. Espero mais para frente poder contar coisas mais interessantes. Hoje acho que vou num museu de arte pré-colombiana, vamos ver.