Ontem fiz um programinha muito bom: fui a um banho turco.
Bem, não era bem um banho – como aqueles banhos árabes espanhóis – mas uma sauna com massagem e relaxamento. Excelente.
O local se chama Baño Miraflores e fica bem no centro da cidade.
Lembrando do banho em Madri, levei um biquíni que se provou desnecessário. No banho Miraflores mulheres ficam de um lado e homens de outro. Assim sendo, o despudor é geral e a mulherada fica peladona (ou quase já que eles dão uma espécie de toalhinha para vc se enrolar, além de tocas para o cabelo, chinelinhos e uma cestinha para badulaques).
No local há uma sauna a seco, uma sauna a vapor e duchas (tudo bem limpinho). Você pode levar todos os creminhos que quiser e ficar fazendo esfoliação, hidratação, etc. Pode entrar e sair da sauna quando quiser, tomar duchas quentes e frias ou ficar só descansando, lendo uma revistinha e tomando suquinho de laranja com cenoura ou, para quem não tem medo de desmaiar, uma cerveja.
Sendo bem honesta, a sauna seca parecia um forno. Fui olhar o termômetro e marcava 95 graus. Não sei se o termômetro estava correto, mas a idéia de entrar em ebulição não é propriamente agradável. Fiquei meio sem coragem de entrar novamente.
Já a sauna a vapor era uma delícia. Com várias folhas de eucalipto sobre o vaporizador tinha um cheiro muito gostoso. Tão gostoso que fiquei imaginando se haveria manjericão junto.
Depois de ficar horas nesse vai e volta, fui para massagem. O pessoal faz massagem e esfoliação com lama vulcânica (uau) e depois te coloca numa máquina que parece um daqueles aparelhos para bronzeamento artificial. Você deita e toda a caminha começa a vibrar. No escurinho e no silêncio, fiquei lá viajando...
Saí do banho por volta das quatro e meia com aquela fominha de piscina e andando nas nuvens.
Um detalhe interessante é que o banho fica no segundo subsolo de um prédio comercial no centro da cidade, ao lado do prédio da Movistar (entre outras corporações) e perto do metrô Santa Lucia. No primeiro subsolo tem uma boate de mulé pelada.
Já na segunda-feira, minha escola de espanhol proveu um mini curso de degustação de vinho. Chamaram um sommelier que levou quatro garrafas de vinho. Também serviram queijinhos, pães e até uns salaminhos.
No curso, aprendi a verificar se o vinho é jovem ou velho e a sentir os aromas simples e complexos (tá se achando).
Tomamos três vinhos chilenos (um Carménère, um Merlot e um Cabernet Sauvignon) e um vinho argentino (Malbec).
O Carménère é, atualmente, o xodó do Chile e também o vinho típico do país. Aparentemente, durante o século XIX, uma praga varreu esse tipo de uva de todo o mundo. A coitadinha da uva era considerada extinta até que, em algum momento dos anos 90, um enólogo francês, ao analisar as uvas que cresciam no Chile (tratadas como Merlot) descobriu que estas, na verdade, eram uvas Carménère.
Hoje, além do Chile, apenas alguns poucos lugares na França e dos EUA produzem esse tipo de uva (que não vinga muito por causa da tal praga).
Uma coisa muito útil que aprendi na aula é que, se você estiver num mercado escolhendo um vinho e aparecer uma garrafa onde está escrito “Chile – Vale Central” NÃO COMPRE!!!
O Vale Central é formado por dezenas de pequenos vales e cada um tem suas vinícolas e vinhas. Dizer que o vinho é do Vale Central significa, literalmente, que os caras pegaram um restinho de vinho de cada uma dessas vinícolas, misturaram tudo, e fizeram um “vinhão”.
Ademais, embora a estrela seja o Carménère, você deve sempre se preocupar em pensar de que região/vale veio o vinho. Dependendo do local, o Merlot pode ser melhor que o Carménère e assim por diante. Vou tratar de comprar um mapa com as regiões e os vinhos de cada local ara não errar mais.
Outra coisa interessante é que a safra de 2007 foi especialmente boa. Assim, se estiver na dúvida deve-se optar, sempre, por um vinho desse ano. A chance de ser melhor é grande. Já a safra de 2008 não foi tão boa e a de 2009 tampouco será (nem no Chile nem na Argentina).