quarta-feira, 1 de julho de 2009

Porque eu odeio as farmácias do Chile.

Antes de aprofundar o raciocínio, quero dizer que eu amo farmácia (drogaria no caso). É uma delícia andar por aqueles corredores cheios de cremes e shampoo, cheirar pote por pote, olhar todos os diferentes fatores de proteção solar que existem no mundo e, quando se tem um tempinho, comparar uma mecha de cabelo com as amostras da L’Oreal até verificar qual é o nome do seu tom de cabelo (castanho, dourado avermelhado ou louro vermelho escuro, etc.).
Aqui no Chile as farmácias são muito chatas!
Para começar, só aquilo que é estritamente perfumaria fica exposto no balcão. Sabonete, shampoo, desodorante e olha lá. Em alguns casos nem isso.
Quase todo o resto, fica atrás do balcão. Qualquer coisa mesmo. Dermacyd (que aqui chama Lactacyd) fica sempre atrás do balcão. Optti-Free e produtos similares também estão sempre atrás do balcão. Esmalte e maquiagem, tudo trancado a sete chaves.
Em São Paulo, qdo preciso comprar produto para lente de contato vou à farmácia, vejo os produtos disponíveis e escolho o que está em mais vantagem.
Aqui não é tão fácil.
O procedimento é assim. Você chega à farmácia e saca uma senha. Uma papeleta bem similar àquelas disponíveis em repartições públicas, cartórios e outros lugares chatos. Quando finalmente vc é atendido e pede “solución para lentes de contactos” a mulherzinha vai lá e pega o que estiver mais caro. Se quiser verificar o preço, o sujeito tem que se esticar e ver quais outras marcas estão disponíveis, pedir todas e perguntar.
Por algum tempo, cheguei a pensar que houvesse uma limitação para deixar alguns produtos expostos, mas não deve ser nada disso não. Até porque dá para comprar toda a bagulhada sem receita.
Acho que é mesmo uma estratégia “burra” para fazer mais dinheiro.
Aliás, quando cheguei aqui pela primeira vez, o assunto do momento era o cartel formado pelas três principais redes de farmácia locais – e denunciado por uma delas - no intuito de vender mais caro e eliminar os genéricos. Tinha um monte de gente protestando na frente das farmácias e só se falava nisso.
Até agora nada mudou. Os caras continuam empurrando coisas e caras e produtos simples (tipo soro fisiológico) não se encontram em lugar nenhum.
Se eu fosse amiga do Onofre mandava abrir uma drogaria aqui e inovar o conceito de farmácia. Aposto que faria fila de dobrar o quarteirão.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Momix

O Momix esteve em Santiago e eu aproveitei.

Para quem não sabe, Momix é uma companhia de dança americana que tem por marca registrada a ilusão de ótica, o trabalho com luz e sombra, bonecos e acrobacia. Aí em baixo, coloquei um link para um vídeo que está no youtube e que tem um resumo do espetáculo que eles apresentaram aqui (Bothanic).

Como não estou aqui para fazer crítica de espetáculos vou apenas dizer que gostei MUITO do show.

Comprei os ingressos pelo Ticket Master daqui. Primeiro, tentei por internet. Não consegui porque não tenho RUT (que é o RG, CPF, carteira de motorista e n° de passaporte dos chilenos).

Acabei tendo que comprar por telefone e não me irritei. A mocinha foi educada e bastante paciente. Além disso, embora não tenha sido atendida de primeira, devo dizer que a espera foi bem aceitável.

O espetáculo foi no teatro Teleton. Trata-se de um teatro com capacidade para 1250 butacas, que se localiza no centro da cidade (próximo ao metrô, inclusive). Sábado levou, no máximo, 15 minutos para chegar.

Não sei muito sobre a história do teatro, mas sei que ali se apresenta (ou apresentava) o Teleton (óbvio). Quem apresenta o Teleton é Don Francisco (o Silvio Santos da América Latina, que vive em Miami e, por acaso, é chileno).

Passando o teatro, há um estacionamento gratuito, mas não muito grande. De qualquer forma, chegamos com meia hora de antecedência e tinha onde estacionar.

Comprei um ingresso intermediário (aproximadamente 100 reais) e a visibilidade estava bem boa.

A única coisa foi que achei a platéia meio fria. Estou acostumada a uma certa algazarra (assobios, gritos, gente aplaudindo em pé, etc.). Aqui não teve nada disso, só uns aplausos modestos. No entanto, não acho que as pessoas tenham desgostado.