No entanto, até o momento, a INBEV não adquiriu nenhuma cervejaria nacional local e, talvez, o Chile não seja um mercado tão interessante a ponto de se fazer um investimento desse porte, afinal o país inteiro tem a população da grande São Paulo e o pessoal não é, nem de longe, tão cervejeiro quanto no Brasil. Verdade, nas festas locais até tem cerveja, mas é uma bebida quase coadjuvante ao lado do pisco-sour, piscola, vodka com tônica e, claro, vinho.
O resultado disso é que, no Chile, qualquer bar tem uma grande variedade de cervejas e chopes de diferentes marcas. Ademais, qualquer lugar que tiver, por exemplo, chope Stella também terá Coca-Cola no cardápio. Isso parece meio óbvio e bastante inútil, mas faz diferença quando a pessoa está de ressaquinha e quer tomar uma Coca (e não Pepsi) antes de voltar a beber.
Ademais, cervejarias artesanais (artesanais numas né, mas tudo bem) ainda existem e persistem e usam água da cordilheira o que não pode ser ruim.
Antes de qualquer coisa, já vou adiantando que não tenho nada contra as cervejas da INBEV (exceto a Bud que eu acho muito ruim e só tomo nos EUA pq é, normalmente, a única bebida que dá para tomar sem encarar uma tremenda ressaca bancária), mas é bom variar e ter opções diferentes nunca foi problema para ninguém.
Também já vou anunciando que não sou gourmet e não entendo picas de cerveja. Há cervejas que eu gosto e cervejas que eu não gosto, simples assim. Dito isso, vamos as brejas.
Bem, a cerveja local mais pop se chama Escudo e é horrível e barata. Na verdade, acho que a cerveja se chama Escudo porque no dia seguinte a pessoa se sente como se tivesse levado vários golpes de machado. Claro que há outras opções.
A mais popular, dentre as cervejarias artesanais chilenas, é a Kunstmann de Valdívia. Das variedades que já tomei, achei quase todas boas, bem saborosas e diferentes entre si. E quando digo diferentes, é diferente mesmo (não como a Original é diferente da Serra Malte, sei lá).
A Kunstmann Lager, por ex., é bem clarinha (ou, mais técnica e espanholamente falando rubio dorado), grau 4, ótima para tomar por horas e horas.
Já a Torobayo Ale é mais amarelona, um pouco mais forte e perfumada. Boa também.
Tem ainda a Gran Torobayo mais escurona e avermelhada (ou ambar rojizo oscuro) mais forte (grau 7,5). Para dizer a verdade, essa eu nunca tomei, mas tem boa fama. Está na minha lista e preciso remediar isso logo.
De fato, das cervejas Torobayo, a única que tomei e não gostei foi a miel. E você deve estar se perguntando: miel? Pois é. Logo que cheguei aqui, fui a um bar e lá pelas tantas, acabou a Torobayo Ale e a Lager. A garçonete então se vira para mim e diz: só tem a miel. Eu podia ter pedido uma Stella, uma Corona, uma Brahma, uma Bud, mas pedi a tal miel.
Na minha cabeça já meio bêbada eu pensei: ah miel? Eu não devo ter entendido direito, eu nunca entendo nada que esse povo fala.
Pouco depois, a garçonete volta trazendo uma garrafinha de cerveja com uma ABELHA GIGANTE desenha no rótolo. Sim, isso mesmo, uma abelha. Duvidam?
Não sei de quem foi essa idéia, mas sei que não deu certo.
Outra cervejaria independente local (para muitos, incluindo o Carlos, melhor até que a Kunstmann) e que faz cervejas bem boas é a Kross. No caso, já provei a Pilsner (amarguinha e amarelona) e, de acordo com o fabricante, feitas com lúpulos checos e a Golden Ale também muito saborosa.
Além de boas, o logotipo da cerveja é um homenzinho, com calças boca-de-sino correndo com um copinho de chope na mão muito bonitinho e que me faz sempre achar que, em algum lugar, deve estar rolando uma cervejada muito louca.
Bem, eu sou o tipo de pessoa que quando provo algo e gosto, acabo me repetindo. Assim, acho que ainda há outras cervejas locais boas que preciso conhecer. Eventualmente, atualizo esse post.
E por fim, preciso fazer uma menção honrosa a Paceña, uma cerveja Boliviana que é, para mim, a cerveja mais leve que já provei na vida, muito boa para o calorão. Viciei completamente.
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