Essa semana comecei o curso de espanhol.
A Escola é meio o que eu esperava; está cheia desses jovens gringos que adoram o terceiro mundo. Vocês sabem o tipo. Estão sempre de havaianas, usam roupas coloridas e tem sempre aquelas caras felizes. Na minha sala estudam: uma americana de NY com formação em história da arte e moda que está num giro pela América Latina e cuja irmã namora um brasileiro e dá aulas de inglês para crianças em Belém do Pará; um alemão de 18 anos que faz tours de bicicleta pelo mundo e pretende fazer trabalho voluntário com crianças chilenas e uma suíça muito risonha que não diz muito a que veio.
Aliás, essa menina da Suíça é um caso interessante. Acho que nunca tinha conhecido um suíço antes e estou impressionada como eles conseguem incorporar essa coisa da neutralidade e da discrição. A menina não dá uma opinião consistente sobre qualquer assunto minimamente polêmico (seja casamento gay, aborto ou ‘poluição’) saindo sempre pela tangente.
Tá, vamos que ela não queira criar polêmica. No entanto, nesse tipo de curso, o público é sempre composto por europeus e americanos super moderninhos. Assim, dificilmente uma declaração a favor do casamento gay ou aborto geraria reações acaloradas. Mesmo assim, quando a coisa aperta, ela sempre dá um jeito de ser a favor e contra qualquer tema e pronto. Dá um certo medo.
Além dos meus colegas de sala outras pessoas que conheci são: uma inglesa que trabalha com projetos de saneamento e vai passar três meses da África vistoriando obras (ou coisa do gênero); uma Australiana que viveu no Quênia e que está acompanhando o marido engenheiro o qual deve passar uns meses em Santiago a trabalho; e um canadense casado com uma equatoriana que trabalha com efeitos especiais (faz aquele Supernatural).
Com o tempo, conto mais sobre os meus coleguinhas.
Ontem foi o cumpleaños do Carlos e fomos a um happy hour com os amigos dele. Foi uma bebedeira louca que terminou com a gente voltando a pé para casa, carregando o rádio e o i-pod de um amigo do Carlos e travando o seguinte diálogo:
- Carlos, por que vc pegou o rádio e o i-pod do Jorge?
- Para ele não voltar dirigindo.
Então tá.
A nota interessante é que na mesa tinham uma venezuelana, dois colombianos e um peruano (além claro de um monte de chileno). É interessante como a gente, no Brasil, vive isolado do resto da América Latina e como eles, literal e metaforicamente, falam mais ou menos a mesma língua.
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