As duas primeiras estão em localização privilegiada e têm vistas lindas. A casa de Santiago, por sua vez, fica no bairro Bela Vista que, apesar do nome, tem muitos bares mas pouco visual.
Um ponto comum a todas as casas é sua formação compartimentada. Às vezes os compartimentos são separados por jardins, às vezes por longos corredores ou escadas. Isla Negra é a casa mais horizontal, Valpo, a mais vertical.
Um tema comum às casas é o mar. Todas (mesmo a casa de Santiago) estão cheias de referências náuticas como escotilhas e escadas de antigos navios, entre outros que detalhes. Também se destacam as coleções de badulaques diversos que me encheram de vontade de sair ‘catando coisas’ por aí.
Como diplomata, Neruda viajou pelo mundo e colecionou de tudo um pouco, transformando suas casas em pequenos museus de ‘coisas’: máscaras (africanas, asiáticas e outras), borboletas e outros insetos, desenhos, copos e garrafas coloridos, diabinhos mexicanos... tem de um tudo.
As principais coleções, no entanto, têm temas marítimos. Na Isla Negra, por exemplo, existe uma coleção daquelas estátuas, normalmente em forma de mulher, que ficavam na proa das embarcações antigas (isso deve ter um nome, mas desconheço). Também há coleções de conchas, de barquinhos em miniatura, cartas náuticas, instrumentos de navegação e outras coisas similares.
Na Isla Negra adorei o banheiro erótico: um pequeno lavado coberto de desenhos eróticos antigos, do início do século XX. Também amei o barquinho que nunca navegou e que ficava no jardim da casa. Como o Neruda não sabia navegar simplesmente juntava uns amigos no barquinho para beber.
Também está em exposição o prêmio Nobel que ele recebeu (esse está na Chascona).
Hoje as casas estão reformadas já que, quando do golpe, uns militares babacas invadiram a Chascona e a Isla Negra e destruíram muita coisa.
Infelizmente não se pode tirar fotos (mesmo sem flash) no interior de nenhuma das casas. Só nos jardins é que as fotos estão liberadas (sinceramente, não sei o que esse povo tem contra fotografia).
Na Isla Negra, entretanto, a parte do bar está fechada ao público e só pode ser avistada por uma janela, onde eu fiz as seguintes fotos.
Depois de tê-las tirado, fiquei numa dúvida acerca do real sentido da proibição. Não sei se é proibido tirar fotos “no interior da casa” ou “do interior da casa”, mas aí Inês já era morta. De qualquer forma, no site, há fotos bonitas que permitem ver um pouco os aposentos de algumas das casas.
Em tempo, as casas de Valpo e de Santiago têm acesso muito fácil. Em Valpo, sequer fizemos reserva, foi chegar e olhar. Já na Chascona, em Santiago, a reserva (com um dia de antecedência que seja) é recomendável.
No dia em que eu fui, vários brasileiros deram com a cara na porta hihihihihi. O pior foi ter que agüentar aquele povo que se acha super fino só porque está de casaco reclamando, praguejando e insistindo para ver se não tinha um jeito de entrar (aí que saco). Tudo bem que aqui o povo até exagera nessa coisa de horário, mas haja paciência.
A Isla Negra, por sua vez, estava lotada, mas deu para entrar sem reserva. A casa, no entanto, é super fora de mão. Assim, ou você arruma um carro ou vai de excursão.
Ah, nenhuma delas aceita cartão.
Ei! E a casa em Caaaaapriiiiiiiiii? Acho que não tiramos fotos...
ResponderExcluirAi, Gabi, que PUTA saudade da minha irmãzinha...
Besos para la pareja!
Não tiramos. Posso dizer que sou especialista em casas de Neruda
ResponderExcluirE eu só conheço essas três do Chile...
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